Internação Involuntária - Coerção com compaixão | ![]() | ![]() | ![]() |
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A própria Organização Mundial da Saúde em documento de 1996 chamado de “Leis sobre os cuidados em Saúde Mental: Dez princípios básicos”, reconhece que em algumas condições é possível alguma coerção: “No caso da pessoa com transtornos mentais estar incapaz de consentir sobre o seu tratamento, ..., deveríamos ter alguém responsável para decidir (parente, amigo ou um autoridade) qual seria a melhor alternativa”.
No Brasil todos os dias são feitas dezenas de internações coercitivas. Um bom número determinadas pela justiça, chamadas de “Compulsórias”, e um numero também substancial determinadas pelos médicos em parceria com as famílias, chamadas “Involuntárias”. A grande maioria das internações involuntárias ocorre no sistema privado de saúde. A experiência dos médicos, familiares e dos próprios pacientes é muito positiva. A maioria dessas internações transformam-se, após 2-3 semanas em voluntárias, e os pacientes terminam o tratamento harmonicamente com o médico e familiares. Raramente um paciente troca de médico devido a uma internação involuntária, pois acaba reconhecendo que a decisão foi feita com a melhor das intenções.
Um bom exemplo ocorre em São Paulo. No começo de 2012, por iniciativa do Governador Geraldo Alckmin, foram criados 30 leitos para grávidas usuárias de drogas, algumas delas internadas involuntariamente. Esse programa está funcionando muito bem, com muitas delas adolescentes, sendo tratadas de uma forma humana e profissional, e seus filhos protegidos.
Numa democracia o direito a vida deveria superar todos os outros direitos, e as internações involuntárias ou compulsórias, desde que feitas dentro da lei, pode ser uma excelente oportunidade para protegermos uma população vulnerável, especialmente os usuários de crack que perambulam pelas ruas e que colocam a sua vida e dos demais em risco.
Ronaldo Laranjeira
Professor Titular de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
Demetrius Pinna
(19)8333.8272 Vale do Bugio
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