Thereza Felipelli
Turistas e moradores poderão contar, em breve, com uma opção regularizada de transporte pelo mar em Ilhabela: o taxi-boat. Isso se um projeto de Lei do vereador Erick Pinna Desimone (PSDB), que já foi lido na Câmara Municipal este mês, for aprovado pela maioria dos vereadores no próximo mês.
Segundo o vereador Pinna, antes de entrar na pauta para votação na Casa de Leis, será realizada uma audiência pública para que a população entenda o projeto e dê opiniões. A audiência estava marcada para o dia 17 deste mês, mas o Instituto Ilhabela Sustentável pediu para que fosse remarcada para que pudesse participar também. “A participação popular é de extrema importância para elaboração complementar do projeto de lei”, diz o vereador. “Estamos aguardando uma nova data, ainda para este mês. Enquanto isso, o projeto está sendo analisado pelas comissões”, avisa.
O projeto 13/2012 autoriza a prefeitura a instituir regulamentação sobre turismo náutico na área de abrangência territorial. A ideia, segundo o parlamentar, é usar os píeres existentes em Ilhabela como itinerário para o transporte de pessoas através de pequenas embarcações, desafogando o trânsito na única avenida da cidade (a Princesa Isabel), que fica intransitável na temporada. “Pode ser uma boa opção para moradores e turistas durante as férias”, comenta. “O taxi-boat não será usado para passeio e sim como meio de transporte. Não vou tirar emprego de ninguém. Será apenas mais um meio de transporte pra poder escolher. É assim em Angra dos Reis, Ilha Grande, Santos”.
Ainda de acordo com o parlamentar, o objetivo do projeto é oferecer segurança aos turistas e usuários dos transportes náuticos, quer sejam em taxi-boats, lanchas, barcos de pescas e outras embarcações de recreio que transportam passageiros no entorno do arquipélago.
Quem poderá atuar?
De acordo com o projeto, somente poderá ser concedida autorização a esse tipo de transporte aos regularmente habilitados pela Capitania dos Portos, com habilitação específica para a prática da atividade náutica e que a embarcação esteja legalmente autorizada e com todos os equipamentos náuticos de salvatagem periciados pelos órgãos competentes.
A propositura ainda autoriza o município a firmar os competentes convênios, com órgãos e instituições ligadas a atividade marítima, no intuito de regulamentar e preservar direitos e obrigações em âmbito civil e penal, bem como controlar a sua operacionalidade.
Cenário propício
Segundo Erick, o turismo náutico tem sido uma prática crescente nas regiões litorâneas de todo o país e especialmente em Ilhabela, que obtém o privilégio de possuir um enorme canal de grande potencialidade para diversas atividades de competição e pesca. “Nosso mar nos oferece segurança, principalmente em dias normais e em dias de temporal, temos a proteção do território Ilhéu e o Continente a proteger os marítimos e turistas”, ressalta o vereador. “Com essa medida podemos colaborar com a nossa cidade e ajudá-la a se transformar num grande indutor de turismo, agora pelo mar, com regras claras, precisas e seguras”, acrescenta.
Com a palavra, a população
Carlos Eduardo Martins, artista, 64 anos, gosta da iniciativa. “O taxi-boat é uma boa ideia. Enquanto permitirem a entrada de tantos carros na Ilha pode servir como saída para resolver o problema de locomoção na temporada, quando a ilha fica congestionada”, avalia.
“Acho o projeto ótimo, pois está direcionado a um início de planejamento que contribuirá para a mobilidade de moradores e turistas em Ilhabela”, analisa Vera Alvarenga Freire. “O trânsito em certos períodos já está caótico por aqui. Logo, inovar e pensar grande em termos de futuro é urgente. Se perdermos a nossa paz e a nossa tranquilidade e, ente elas, a nossa mobilidade, quem virá nos visitar?”, questiona.
“Demorou pra sair essa hidrovia. Quem sai da Armação poderá ir até o Curral (quiçá além disso) curtindo o natural. Embarcações próprias para isso nós temos”, diz Alfredo Marchi, comerciante.
Opiniões divididas
Mas nem todos acreditam que seja uma boa ideia. “Taxi-boat parece uma boa para fins turísticos/recreativos, não para fins funcionais, de transporte público. O mar merece ser preservado e usado apenas como patrimônio natural/ambiental/turístico e há coisas que poderiam ser feitas nesse sentido muito antes de pensar em jogar mais óleo diesel queimado no mar”, declara Christian Rocha, 38 anos, professor de arquitetura e de yoga.
“Taxi-boat parece ser uma boa ideia, mas para deslocamentos pontuais e esporádicos. O que realmente faria diferença seriam linhas regulares de “bus-boat” ligando todos os píeres, do Curral à Vila”, comenta Paulo Ribeiro.
Outro morador de Ilhabela, Maurício Grimaldi, 46 anos, engenheiro químico, está preocupado: “Como fazer com que a proposta do taxi-boat não se torne um monopólio ou um cartel aqui na ilha? Talvez um taxi-boat registrado num único CPF ou CNPJ sendo no máximo 2 por família”, sugere. “Assim, mais pessoas podem trabalhar e defender seu ganha pão ao invés de ficar nas mãos de quem já detêm o poder”, complementa.
Fonte: Imprensa Livre
ESTOU DE ACORDO TOTAL COM A PREOCUPAÇÃO DO ENGENHEIRO MAURICIO GRIMALDI.
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